Maringá… dos 395 municípios do estado do Paraná meus avós escolheram essa cidade! Está localizada geograficamente a noroeste do Paraná, num divisor de águas, sendo cortada pelo Trópico de Capricórnio. Turisticamente faz parte dos Corredores das Águas, uma região de clima tropical úmido, com verões quentes, presenteada com rios e lagos, um verdadeiro “mar de águas doces”.
Mas… o que será que atraiu a atenção dos meus avós para essa terra?
A aventura! As pessoas tinham que usar botas e o único veículo compatível com a região era o jipe. Nos dias de chuva era totalmente impraticável sair pela cidade. As estradas ficavam intransitáveis e os carros tinham que ser empurrados ou puxados, com cabo de aço, por um caminhão! Nos dias de calor o pó vermelho da terra roxa era de tal forma insuportável que cobria tudo!
A terra roxa! Do italiano, ‘terra rossa’ (vermelha) – originada da decomposição do basalto e extremamente fértil. Foi isso que atraiu a atenção dos produtores rurais paulistas e mineiros que se aventuraram a desbravar essa região para aumentar a área de produção de café, o “ouro verde” da economia brasileira na época. Então… numerosos migrantes afluíram para essa nova terra.
A divisão dos lotes promovida pela Companhia de Terras Norte do Paraná, subsidiária de uma empresa inglesa, foi minuciosamente planejada. Os lotes eram pequenos (a área máxima era equivalente a 36 hectares) e todos eles foram planejados para aproveitar o máximo possível os recursos naturais e logísticos da região. Todas as propriedades deveriam fazer divisa com uma corrente d’água ao fundo, aproveitando os fartos recursos hídricos da região; e com uma estrada de rodagem à frente, para facilitar a logística e, consequentemente, o escoamento da produção.
Com a venda dos primeiros lotes e a chegada dos primeiros desbravadores, surgiram também as primeiras cidades. Maringá foi oficialmente fundada em 10 de maio de 1947, quando a Companhia de Terras Norte do Paraná (que foi adquirida por investidores brasileiros nos anos 1940 e foi rebatizada como Companhia Melhoramentos Norte do Paraná em 1951) abriu um escritório na cidade.
Maringá nasceu na prancheta de desenhos do Arquiteto e Urbanista Jorge de Macedo Vieira, paulista, adepto do conceito de “Cidade Jardim” elaborado pelo britânico Ebenezer Howard e responsável pelo projeto de inúmeros bairros de São Paulo. Contratado pela Cia. Melhoramentos Norte do Paraná, Jorge de Macedo Vieira jamais esteve aqui e, no entanto, criou um projeto considerando na época, 1945, como um dos mais arrojados e modernos, seguindo apenas a orientação da Cia que exigia largas avenidas, muitas praças e espaços para árvores. Preocupada com a questão ambiental que a derrubada da mata fatalmente abalaria, a Cia solicitou ao arquiteto que fizesse constar no desenho original da cidade três áreas ecológicas dentro do perímetro urbano e que hoje, formam um verdadeiro “pulmão verde”.
Foi em meio a esse verde que eu nasci, cresci e aprendi a amar a minha cidade! O prazer de caminhar em meio as Acácias, Quaresmeiras, Paineiras, Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Flamboyant entre outras. A alegria em brincar nas praças e passear pelos parques e bosques espalhados pela cidade.
Quem nunca fez um piquenique no Parque do Ingá? Ficou correndo pelas pontes do “Jardim Imperial Japonês”, criado em homenagem a visita do Príncipe Akihito e sua esposa Michiko, hoje Imperador do Japão? Ou foi com a turma da escola, pelo menos uma vez ao ano, quando existia o mini zoológico e tinha que entregar por escrito um relatório sobre o passeio? Ou então, andou de pedalinho na represa? Espantou as abelhas do refrigerante quando lanchava no quiosque? Ou, quem sabe, ficou entalado na primeira Maria Fumaça de Maringá estacionada dentro do parque? A minha tia vó já ficou! Ou, simplesmente fazer caminhada em torno do parque que possui aproximadamente três quilômetros?
Bons tempos aqueles quando podíamos entrar no Horto Florestal “Dr. Luiz Teixeira Mendes”. Uma área que preserva a mata nativa da região (Mata Atlântica) e possui no seu interior as nascentes que dão origem ao Córrego Borba Gato. Tantas gincanas fazíamos lá dentro com o pessoal da igreja! E os macaquinhos ficavam só nos observando!
Passar de carro contornando o Parque Florestal dos Pioneiros – Bosque II e sentir o cheiro da terra e da mata é tudo de bom! É uma “Área de Preservação Ambiental” que abrange 59 hectares e representa 17,9% da área total da bacia hidrográfica do Córrego Cleópatra. O parque é fechado à visitação pública, mas conta com 3,3 quilômetros de pista de caminhada em seu entorno.
Outro bosque para se fazer caminhada é o Bosque “Anníbal Bianchini da Rocha” – Bosque das Grevíleas. Esse bosque possui em seu interior somente uma espécie de árvore, a Grevílea. Possui uma pista interna para cooper, ciclovia e local para ginástica, além de uma bela vista das Grevíleas que circundam o bosque, que floridas, exibem um espetáculo de rara beleza!
E o nosso “Buracão”! Três ruas pra baixo de casa. Hoje, Parque “Alfredo Werner Nyffeler”, criado para revitalização de área degradada (que era mesmo um buracão!) com o objetivo de proteção à nascente do Ribeirão Morangueiro. Existe um lago artificial, campo de futebol suíço, parque infantil, mirante e pista de cooper. Um ótimo lugar para soltar pipa!
Pois é querido diário, minha Maringá é assim… VERDE! E como diz os versos do seu Hino:
“Teu encanto de hoje é retrato, das belezas que Deus espalhou, como bênçãos do céu sobre o mato, que a tua grandeza enfeitou. Há em ti o perfume das flores, a poesia de todos os ninhos… Linda flor, a mais gentil, do norte do Paraná, és orgulho do Brasil, nossa amada MARINGÁ!!!”
Até a próxima querido diário.
Diário de uma Forasteira 
Nossa. Como bela cidade Maringá é!
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Simmm… minha cidade é linda! 🙂
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